Fetiches
O mundo dos chicotes, correntes e couro tem uma presença crescente na cena gay brasileira.
A exposição na mídia, filmes, novelas e séries faz crescer a curiosidade e os desejos das pessoas, mas nem sempre é fácil entender e definir o que é o tal “sadomasoquismo” ou como é mais conhecido entre os praticantes “BDSM”.
Pra começar BDSM é uma abreviação que significa muitas coisas juntas: [Bondage/Disciplina] – [Dominação/Submissão] – [Sadismo/Masoquismo]. Entender isso tudo pode parecer um desafio, mas na verdade é bem simples se você observar esses elementos todos como partes de um mesmo conjunto.
De forma resumida podemos dizer que o BDSM envolve a prática de fetiches e fantasias sexuais e que envolve Bondage (ou amarração/imobilização), disciplina, geralmente com palmadas sensuais ou jogos de poder físico ou mental, envolve também fantasias onde cada participante assume um personagem diferente, como cachorros, gatos, ursos (puppy-play) ou como Mestre e escravo; também pode envolver causar alguma espécie de dor no parceiro, ou querer sentir alguma forma nova de estímulo. Tudo isso sempre com acordo entre todo mundo e claro, com o objetivo de chegar ao prazer, porque no fundo BDSM é exatamente isso, uma forma elaborada de desenvolver fantasias e fetiches, sonhos eróticos e desejos sexuais.
Se a gente consegue entender que esses elementos todos juntos (ou não) formam o que é conhecido como BDSM, o básico já tá feito. Claro que tem outras coisas envolvidas nas fantasias: roupas de couro, de látex, uniformes diversos, especialmente os militares, máscaras, botas, coleiras e um monte de outros acessórios que você pode encontrar aqui na Mr. Daddy, e que as pessoas usam para ajudar a entrar no personagem e tornar a brincadeira ainda mais divertida e realista.
O BDSM também é uma comunidade, uma cultura dentro do universo LGBTQ+ em que existem festas, eventos, locais de encontro, grupos virtuais de conversa e pegação, e claro, clubes de sexo onde as pessoas deixam a fantasia correr solta. Como em toda comunidade existem regras para fazer tudo funcionar bem, e as três principais e mais famosas regras são que o BDSM deve ser:
1. Sadio – As práticas não devem nunca colocar em risco a saúde física, mental/emocional de ninguém.
2. Seguro – Muitas práticas podem envolver algum nível de risco, então é importante começar com pessoas que já tenham experiência e saibam conduzir todas as cenas e fantasias com segurança e autocontrole.
3. Consensualidade – todo mundo concorda com o que está acontecendo, e esse é o ponto fundamental que diferencia a prática saudável do BDSM para qualquer outra coisa. É preciso haver consenso, consentimento, concordância com o que vai rolar, e às vezes é preciso parar no meio de alguma cena ou encontro e conversar novamente.